Vaticano reage com cautela a células sintéticas
Igreja Católica diz que ainda é necessário saber mais para se manifestar sobre o feito
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Cientistas questionam revolução
..O Vaticano reagiu com cautela, nesta sexta-feira (21), ao anúncio feito nos Estados Unidos sobre a produção de uma célula artificial. Federico Lombardi, porta-voz da Santa Sé, disse ser "necessário saber mais" para falar sobre o assunto.
Da mesma forma, o presidente emérito da Academia Pontifícia para as Ciências, o bispo Elio Sgreccia, usou também hoje a palavra "cautela" para comentar o assunto.
O diário vaticano, L'Osservatore Romano, em artigo do neonatólogo (pediatra que se dedica ao estudo do feto e do recém-nascido durante e após seu nascimento até o 28º dia de vida) Carlo Bellieni, disse que se trata de um trabalho de engenharia genética "de alto nível, mais um passo na substituição de parte do DNA, mas, na verdade, não se criou vida".
Segundo Bellieele, foi possível "um resultado interessante, que pode encontrar aplicações e que deve ser regulamentado, como todas as coisas que abordam o coração da vida".
O neonatólogo contou que a engenharia genética pode fazer coisas boas, mas deve unir o valor com a cautela. Ele acrescentou que é possível reconstruir o DNA, "mas, ao mesmo tempo, deve-se considerar que este é somente um dos motores da vida".
O especialista ressaltou que o peso do DNA é grande e que há grandes esperanças nas ciências genéticas.
- No entanto, o DNA, apesar de um ótimo motor, não é a vida.
Segundo o chefe dos bispos italianos, o cardeal Angelo Bagnasco, a criação dessa célula artificial representa um novo "sinal" da grande inteligência do homem.
Bagnasco afirmou que a inteligência e a responsabilidade seguem juntas. Ele acrescentou que "qualquer forma de inteligência deve ser medida levando em conta a dimensão ética e a dignidade das pessoas".
O bispo Elio Sgreccia destacou que a humanidade "não está diante da criação de uma célula artificial, mas da manipulação do genoma".
A equipe de genetistas americanos anunciou nesta quinta-feira (20) a produção, pela primeira vez, de uma célula controlada por DNA elaborada pelo ser humano, um passo que deixa a ciência mais próxima de criar vida artificial.
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